segunda-feira, 3 de junho de 2013

MAIS DE VINTE ANOS ATRÁS SURGIA A ECONOMIA DE COMUNHÃO

O impossível que se tornou possível graças ao "sim" de muitos

29 maggio 1991- Uma data histórica: naquele dia Chiara Lubich, da Mariápolis, expressão do Movimento dos Focolares, situada nas proximidades de São Paulo, e que na época trazia o nome de “Araceli” (agora “Ginetta”), lança a ideia de um projeto inovador: a Economia de Comunhão (EdC). Um projeto que, desde a sua gênesis, tinha como objetivo contribuir para sanar as graves consequências sociais geradas pela crise econômica, consequências que ela havia percebido ainda mais profundamente chegando ao Brasil.
 
Naquela ocasião Chiara dirigia-se a um público do Movimento dos Focolares, incentivando de modo especial os atuais empresários ali presentes e pessoas que futuramente pudessem se tornar empresários. Com a sua difusão em nível mundial o projeto suscitou o interesse de economistas e pesquisadores de várias disciplinas, que começaram a entrever nessa ideia uma possível resposta à atual crise mundial econômica e até mesmo cultural.
 
Ginetta acompanhou com paixão as primeiras realizações. Isso custou a ela e a tantas pessoas – como costumava expressar-se - “sangue da alma’.

 

Reportamos em seguida alguns trechos extraídos de diálogos dela com empresários brasileiros, em 1994 e 1996. Relendo-os sentimo-nos impulsionados a manter sempre vivo aquele ardor dos primórdios da EdC.  Na época em que Ginetta está falando, havia somente o Pólo empresarial Spartaco; hoje, no Brasil, contamos com mais dois Pólos da EdC: o Pólo Ginetta em Igarassu, nas proximidades de Recife e o Pólo François Neveux em Benevides, nas proximidades de Belém, frutos também esses da determinação e generosidade de muitos, o que testemunha a atualidade das palavras de Ginetta. 

Entrada do Pólo Ginetta (Igarassu - Recife)
“Quando Chiara nos comunicou essas suas ideias fascinantes, os nossos corações exultaram. Para nós era como o canto do Magnificat, que Maria proclamava para desencadear uma revolução de amor.
 
A adesão dos membros do Movimento foi imediata, entusiástica, comovente; dos ricos aos pobres, dos pequenos aos grandes... Cada um sentiu-se tocado e lançou-se numa contribuição pessoal das mais variadas formas. Vimos acontecer, de um modo surpreendente uma comunhão de bens como a dos primeiros cristãos: dinheiro, jóias, terrenos, casas, disponibilidade de tempo e de trabalho, disponibilidade de transferências, oferta a Deus de sofrimentos e da própria vida.
O povo brasileiro, como o definiu Chiara, “magnífico, generoso, simples, pobre, mas que doa tudo, inteligente, criativo e solícito”, soube responder ao apelo.

 

 
Com o desejo ardente de concretizar imediatamente esta inspiração, iniciamos a procura de um terreno que tivesse todos os requisitos de uma região industrial, para garantir, no futuro, um Pólo no qual as empresas, por estarem instaladas no mesmo local, pudessem testemunhar esta nova economia.
Depois da experiência destes anos, podemos afirmar que a geografia de Deus não é a mesma dos homens, porque Deus, escolhendo o Brasil, conhecia a trágica situação econômica do País. Abrir empresas num contexto social como o nosso, no qual milhares de fábricas estão fechando por causa da crise econômica, humanamente é absurdo, é contra a lógica humana... Pois Cristo quer que vivamos de fé: "Tudo é possível àquele que crê" (Mc 9, 23).
 
Vista aérea Pólo Spartaco

 Mas é preciso que a EdC vá para frente, para que realmente não haja nenhum necessitado. Portanto, hoje mais do que nunca, o futuro da EdC depende de cada um de vocês, empresários da comunhão na liberdade.

 “O que fazer? Desanimar diante de um desafio tão grande? Com certeza não. A Palavra do evangelho, que estamos procurando viver nesse mês nos diz: “Não temas, crê somente”. É isso que eu peço a mim mesma e a todos vocês: não temamos, continuemos a acreditar. Assim como Deus deu coragem àqueles que se empenharam até agora, continuará a dá-la.
 
Embora não nos sintamos capacitados, a fé em Deus fará com que ele manifeste a sua potência levando a Economia de comunhão a um desenvolvimento inimaginável”.

(Para saber mais: www.edc-online.org/br)

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